domingo, 23 de maio de 2010

É ou não é

Já repararam na subliminar aceitação de "sou idiota" que as pessoas aderem ao se encontrarem numa relação? Há quem busca a junção por gostar de encher a cabeça com briguinhas construtivas, há quem prefere a paz de um cobertor dividido. Todo mundo tenta usar a relatividade pra explicar as coisas, então vou entrar na dança. Já que ao mesmo tempo uma pessoa pode te tirar o sono, mas faz dormir profundamente só de estar com as pernas entrelaçadas. Deve ser isso! Os altos e baixos mais normais do mundo, que causa e solução dos problemas. Não vejo nada de estranho num casal brigar gostosamente antes de sair do trabalho, na maioria das vezes eles só encontrarão a felicidade do dia na hora que voltarem pra casa, quando a cama vira a receita de motivação pra acordar amanhã cedinho e passar o café. Vai ver eu sou muito precavido sobre isso, não que eu ache que seja. Por mim, prevenção tende outro assunto.

Gostar do gostinho de ciúme não me faz ir pro inferno,
mas gostar de perfume atrás da orelha quase me ergue até o teto.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Enquanto aquilo na lanchonete...

Como já era de costume, a gente sempre se encontrava na lanchonete, bem no finalzinho da tarde. Não me atrevia nem a leva-lá pra casa depois, como se fosse pra me guardar prum dia exclusivamente (e necessariamente) nosso. No domingo era diferente, eu triste ou feliz pelo resultado do futebol, ela jurando pra mim que o regime (receitado pela avó) ia ser posto em prática na segunda.
Era esse terminar da semana (mesmo que teimam em dizer que domingo é o primeiro dia) que me fazia começar tudo de novo. O fato da lanchonete era só um detalhe, nunca comi nem a batata frita daquele lugar. Mas um dia ela foi fechada, o dono foi embora e nem sequer deixou pista. Parece que o amor foi junto, pegou carona pra algum lugar que mesmo se eu pudesse ir, não iria por não saber.
Agora a gente se enconta de vez em nunca numa pizzaria, ela deve trabalhar lá, vai saber. O negócio é que eu não gosto de massas, infelizmente. Depois fiquei pensando se ela fosse a entregadora, acho que eu pediria só pra poder ver os olhos dela pela viseira do capacete.