terça-feira, 12 de novembro de 2013

Tempos verbais

Teve uma vez que um "casal" aí se desentendia muito por conta do jeito que ele gostava de se abrir. E ela se incomodava, por saber que, no fundo, algumas coisas eram pra ela. Então ela não aguentou e disse:

- É preciso ter coragem para escrever e publicar. Não só pela exposição, por colocar seus sentimentos para fora, que era o que eu costumava pensar. É também pelo processo, encarando todas essas dúvidas, remexendo em coisas que nem sempre se gostaria de ver, e, especialmente, pela perda do controle. Acho que um texto publicado deixa de ser de quem o escreve para ser de toda e qualquer pessoa que o leia. O autor perde qualquer controle sobre as interpretações, os sentimentos que desperta. Cada leitura é única e com isso o texto se multiplica em outros vários e novos. Cada desdobramento terá como dono aquele que, através da sua percepção, o fez nascer. Isso me parece interessante e até meio mágico. Mas já te disse, às vezes é estranho, visto que sei que é pra mim.

E ele disse:

- Na realidade, não é você que está se expondo ao comentar, justo pra mim, o que achou do meu texto? A diferença é que você não entende de tempos verbais. Você diz me quer. Quando me quer, me tem. Quando me tem, faz o que quer. E quando já fez, já não quer. E eu continuo querendo.

- Eu sei o que são tempos verbais.

- Mas não sabe o tempo certo de usar seus verbos pra mim.


Luna, cê é demais.