tag:blogger.com,1999:blog-75184873227611662222024-03-05T09:15:41.515-08:00Adjuntos ou se pa ra dosMarcus Paulohttp://www.blogger.com/profile/01372045913660981552noreply@blogger.comBlogger93125tag:blogger.com,1999:blog-7518487322761166222.post-21207627790277310602015-03-04T01:27:00.003-08:002015-03-04T01:34:37.175-08:00Com amor não se brinca<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<span style="color: #626262; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt;">Sabe, tem alguma coisa no
meio dessas noites que te trazem até aqui. Agora que a noite vai viver
praticamente ao meu lado, ainda bem que ela tem sempre alguma coisinha que traz
até aqui. E mesmo enquanto a noite engole todo o resto do mundo, ela arranja um
tempinho pra mim e eu sinto que você me leva pra um passeio, pra colher aquelas
flores que eu nunca vou saber o nome. Poderia comprar jujubas, salvar o mundo,
me candidatar a ser dono do seu coração. E esse passeio dura um tempão... com
algumas pausas pra chegar pertinho do seu rosto e entender que com o amor não
se brinca.</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 10pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<br /></div>
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<span style="color: #626262; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt;">Mas
quando o sol bate você volta pro seu lugarzinho. E eu fico aqui: te buscando em
todos os cantos escuros da casa. Embaixo da cama, dentro do guarda-roupa,
gavetas e até atrás das cortinas. Fazendo figas durante o almoço, torcendo pra
que você confunda o dia com a noite e apareça também. E assim, quem sabe,
sem mais nem menos, todos os probleminhas que te roem por dentro dessem um
tempo pra gente. Porque olha só, eu sei que até eles gostam de
te assistir feliz. Eles pagariam pra te assistir feliz, amor.</span><br />
<span style="color: #626262; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt;"><br /></span></div>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<br />
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<span style="background: white; color: #626262; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt;">Quero saber
se teu corpo também é viciado no meu. Se tua fala mansa é causa da minha fala
mansa. Quero gravar numa pedra alguma coisa sobre toda a minha atenção e o seu
lado da cama. Quero ficar preso no teu cabelo solto e te prender com as minhas
mãos em sua cintura. Quero te acordar cedinho e pedir pra abrir o jornal: toda
manchete vai dizer "ele veio pra ficar".</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 10pt;"><o:p></o:p></span></div>
</div>
</div>
Marcus Paulohttp://www.blogger.com/profile/01372045913660981552noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7518487322761166222.post-33508420045060452352014-10-15T14:44:00.001-07:002014-10-16T04:24:18.234-07:00Sobre chegar lá e mimetismos de amorDepois de um simples sonho me convencer de que as únicas coisas livres que me restam para lutar são o mar, a terra, os amigos e a paz, nada que eu pretenda de hoje em diante tomará um sentido oposto.<br />
<br />
Às vezes, eu acho que o difícil não é chegar lá, é chegar inteiro.<br />
<br />
Mas há também quem me ajude. Por isso queria que você entendesse que todas as mini-declarações quase diárias que faço pra ti são só para te preparar pra dias como hoje, em que sonho com o mar a terra os amigos e a paz, e acordo com vontade de mostrar ao mundo inteiro que é você a mulher amada, o brotinho indócil e a suave amiga. E mesmo que mais da metade das mulheres desse mundo todo não saiba quem você é, que boa parte delas sinta aquela inveja branca e macia por não terem alguém que as queiram assim, tão colocadas-num-papel. Também queria que minha letra fosse menos ilegível, para que fosse mais fácil ir aos correios e te fazer arrepiar sem nem estar por perto. Mas, sendo ela ilegível, queria encher de <i>outdoors</i> as ruas dos seus caminhos do dia-a-dia com frases e fotos que só eu e você entenderíamos; e quando alguém pedisse explicação sobre seu riso fresquinho, que você dissesse que nem tem nada não e continuasse andando, como se estivesse sendo carregada por vários anjos até mim.<br />
<br />
Eu queria saber pintar e mostrar para ti que se todos os corações são vermelhos de sangue, o meu se banha no verde, que se vê em alto mar anunciando um toró daqueles. Queria ser, ao menos, um dos netos de Vinicius de Moraes; e quando você me perguntasse de onde tiro meus mimetismos de amor, eu responderia que é coisa de família, fica tranquila, vem dormir. Queria juntar todos os meus amigos para os quais dei boas ideias para presentear suas (quase) namoradas, e eles também se mostrariam agradecidos por você ter me dado o melhor presente de todos (muito melhor que minhas ideias): fazer de mim seu Constante Companheiro. Queria que a palavra eternidade fosse tão alcançável de ser vivida quanto férias, roda de samba, sorvete no meio do regime. Queria te apresentar aos meus pais como quem bate no peito com cara de viu só, eu disse que seria capaz.<br />
<br />
Quando eu chegar lá, no final de toda essa caminhada, que meu rosto reflita todo o olhar doce e tranquilo que me fora dedicado. Que eu nunca esqueça de cuidar de mim, fazendo andar lado a lado todo o meu orgulho e minha humildade. E quando eu me pôr a cantar, que meu canto vibre sobre qualquer tipo de ódio e ressentimento, intrigas e vinganças...<br />
<br />
E enquanto você dorme, que eu possa despetalar as mais lindas pétalas do meu carinho.Marcus Paulohttp://www.blogger.com/profile/01372045913660981552noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7518487322761166222.post-63328650530707075872014-09-08T18:33:00.001-07:002014-09-08T18:36:22.912-07:00Essa guerra em busca de pazHoje eu descobri que chorar por você me dá muito mais sono que o normal: a alma pesa também. Descobri que cada prece que a gente faz é um passo a mais pra transformar nosso templo interno o maior do mundo: que caiba tudo o que desejei pra nós dois. Descobri o preço da prece: quando peço demais por ti, acabo esquecendo um pouco de mim. Mesmo que você faça parte de mim mais do que imagina.<br />
<br />
Descobri que não adianta ser ateu e, num ato de covardia, pedir a deus que você não existisse. Mas eu sei que ele não me dá bola.<br />
<br />
Depois de tanto tempo descobri que cada vez menos sei lidar com toda essa guerra em busca de paz que é o amor - que surpreende todo dia, principalmente quando achamos que aceitar nossa entrega é o suficiente.<br />
<br />
Descobri que tem muita coisa pra aprender. Ainda bem.Marcus Paulohttp://www.blogger.com/profile/01372045913660981552noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7518487322761166222.post-31024083846077426302014-05-08T20:46:00.002-07:002014-05-08T20:59:46.455-07:00De tudo que é relativo mas nem precisava serTsc. Sinal trágico da lamentação.<br />
<br />
<div>
Quisera eu te explicar a base do nosso senso comum. Aquilo que não é nada justo cobrarmos de uma pessoa, visto que nós não fomos feitos pra pensar. Qualquer raciocínio é um salto triplo em meio à todas as emoções carnívoras que andam juntas com toda a roedeira interna. Diária, progressiva e inquieta.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
A questão (que parece mais um fato, mas não gosto de chamá-la assim) é que tudo vem sendo meio relativo. E mesmo que eu já tenha passado por relatividades piores, agora parece tudo tão novo. Essa angústia antiga, a saudade velha, os planos falidos, as ideias cansadas, os trajetos feitos. Tudo parece tão inovador quanto um sentimentozinho que se renova toda vez que você me convence de que ainda existe muita coisa pra conhecer em ti. E quem eu vou culpar? Ou melhor, à quem devo agradecer?</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Até isso é relativo.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Até os gostos culinários que se confundem; a ajuda sobre os problemas seus que queria trazer pra mim; a importância sobre algumas coisas que eu carrego e você nem sabe; a importância sobre outras coisas que você carrega e acha que eu não sei. A importância que nós carregamos e ainda não sabemos, e só vamos descobrir que sabíamos quando não existir mais importância alguma. Enquanto isso os dias correm. E o que era pra ser desabafo triste se tornou mais um relato alegre, pois resolvi te misturar com ele.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<i>(A veracidade desse texto é, também, totalmente relativa. Mas nem precisava ser.)</i></div>
Marcus Paulohttp://www.blogger.com/profile/01372045913660981552noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-7518487322761166222.post-2857681041096283072014-04-03T16:52:00.000-07:002014-04-03T16:54:34.121-07:00O inefável, o regime e a carência<span style="font-family: inherit;">Inefável, segundo o Dicionário Informal da Língua Portuguesa, é aquilo que não se pode expressar por palavras. <span style="background-color: white;">Diz-se daquilo que não pode ser expresso verbalmente. Algo de origem divina, dotado de tantos atributos de perfeição e beleza, que transcende os limites da linguagem humana.</span></span><br />
<span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white;"><br /></span></span><span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white;">(A definição que contradiz seu próprio significado. O que é inefável não se pode explicar com palavras, mas explica-se.)</span></span><br />
<span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white;"><br /></span></span>
<span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white;">Quem diria que todos os meus atos de gaguejar tivera um nome e eu pouco sabia. Não era só um gaguejo, era a inefável surpresa de, de novo, não saber explicar o que sentia. Mas não explicando é que se explicava tudo. Até quando pudesse te encher os olhos.</span></span><br />
<span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white;"><br /></span></span>
<span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white;">Quando me dizia grego, romano, pirata, soldado, moço moderno, era só pra mostrar que em mim caberia tudo. Todas as épocas, expedições, guerras e avanços. Acompanharia de armaduras, tochas, canhões, armas e bombas. Ai de quem te fizesse algum mal. Ai de quem tirasse de mim o amor - sublime selo que à vida imprime cor, graça e sentido.</span></span><br />
<span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white;"><br /></span></span>
<span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white;">Essa é minha receita para não engordar sem a necessidade de comer arroz integral e chá de jasmim. Enquanto sofro de carência de algo que fez bem.</span></span>Marcus Paulohttp://www.blogger.com/profile/01372045913660981552noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7518487322761166222.post-4771351528999016272014-02-20T17:11:00.003-08:002014-02-20T17:11:39.307-08:00Se você gostasse de mim...Imagina só se tu gostasse de mim. Eu até começaria a falar tu no lugar de você, porque você é tão mais portuguesa e gaudéria que eu e adora teimar que tu é mais bonito que você. Eu queria muito entender o que te falta pra ser louca por mim. Varrida, descontrolada e chorosa, do mesmo jeitinho que você ficou quando eu disse que ia doar minha blusa de lã verdinha. Pegou ela e trancafiou na bolsa como se tivesse me trancado no próprio peito. Queria entender o que é que te falta pra me fazer largar minha vida e me colocar na tua, porque seria muita injustiça e folga minha querer que você largue seus planos pra viver só os meus. Me fazendo lembrar do pavor que tenho de sonhos que envolvem outras pessoas, como se alguém fosse obrigado a fazer o que a gente quer só porque nascemos desejando algo. E não te obrigo, só te incluo. Se você ficar, o caminho se abre em mil.<br />
<br />
Imagina, por um instante, se tu me gostasse.<br />
<br />
Não é súplica, muito menos um <a href="http://www.viniciusdemoraes.com.br/pt-br/prosa/chorinho-para-amiga" target="_blank">chorinho para a amiga</a>. E se imaginar te faz sentir medo, não faz mal algum. Seu jeito de não querer me perder é tão natural quanto a minha vontade de te ter só pra mim. E eu também queria entender o que é que tem em você que me faz dar umas dessas de Frejat, considerando todos os esforços diários que faria só e exclusivamente <a href="https://www.youtube.com/watch?v=qhON0bpqZ20" target="_blank">por você</a>. Mesmo sabendo que daqui do sul o caminho é bem mais longe até Salvador. Mas eu não entendo. E se entendesse, coisas assim eu jamais ousaria explicar.Marcus Paulohttp://www.blogger.com/profile/01372045913660981552noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-7518487322761166222.post-75105100646935344772013-12-11T17:32:00.001-08:002013-12-11T17:35:49.729-08:00Me deixa, mas não muito<br />
<div style="text-align: center;">
Me deixa, vai.</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
Não longe.</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
Me deixa fazer tudo o que for preciso pra dar certo. Me deixa esquentar suas mãos depois de você colocá-las pra fora da janela do carro pra bater o cigarro no inverno. Me deixa colocar teu número nos favoritos da minha agenda, pra eu te ligar rapidinho quando tocar de novo alguma música que você gosta enquanto eu compro lasanha de quatro queijos e sabonete no supermercado. Me deixa invadir sua casa num domingo enquanto tu dorme e sair segunda-feira cedinho depois que tu acorda. Me deixa dedicar pra ti todos esses textos que você diz que eu escrevo só pra comer menininha mais nova - que você pouco sabe, mas que tem muita mulher mais velha que também gosta. E que se fosse pra isso, foda-se, pelo menos não gasto cantada pronta ou mando trazer a bebida que pisca.</div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
Me deixa te pedir pra não se maquiar quando estivermos só eu e você. Mas também me deixa te borrar toda de batom vermelho, já que não aguento muito tempo no mesmo lugar que você sem te beijar, mesmo sabendo que depois vou ficar parecendo um palhaço de circo falido depois do último show da turnê no interior de Minas. Me deixa fingir que também não entendo quando você diz não entender como é que a gente foi se apaixonar assim, mas que na verdade eu entendo sim e me faço de bobo pra um dia você perceber sozinha que estamos aqui porque, além de tudo, somos lindos e cheirosos pra caralho. E seria o maior desperdício do mundo estarmos com qualquer outra pessoa.</div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
Me deixa falar baixinho no teu ouvido que tranquei a porta do meu quarto depois de entrar com você já aqui dentro. Me deixa esperar sua calcinha molhar mais um pouco, porque eu gosto de saber que você me quer de uma forma meio constante e progressiva ao mesmo tempo, já que não existe um jeito de ver como seu coração reage quando começo a tirar ela devagarinho.</div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
Me deixa assumir os erros quando tiver, engrandecer os acertos quando eu fizer, adaptar os abraços quando você pedir. Me deixa te querer mais e mais. Essa é a única coisa que ando fazendo bem ultimamente e é só isso que me dá vontade de encarar todas as chatices de uma vida burocrática, cheia de gente que não sabe o que é ter alguém pra sentir o cheirinho da respiração quando se respira assim bem de perto.</div>
Marcus Paulohttp://www.blogger.com/profile/01372045913660981552noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7518487322761166222.post-59410802254005409092013-11-12T15:13:00.001-08:002013-11-12T15:22:09.697-08:00Tempos verbais<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Teve uma vez que um "casal" aí se desentendia muito por conta do jeito que ele gostava de se abrir. E ela se incomodava, por saber que, no fundo, algumas coisas eram pra ela. Então ela não aguentou e disse:</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">- É preciso ter coragem para escrever e publicar. Não só pela exposição, por colocar seus sentimentos para fora, que era o que eu costumava pensar. É também pelo processo, encarando todas essas dúvidas, remexendo em coisas que nem sempre se gostaria de ver, e, especialmente, pela perda do controle. Acho que um texto publicado deixa de ser de quem o escreve para ser de toda e qualquer pessoa que o leia. O autor perde qualquer controle sobre as interpretações, os sentimentos que desperta. Cada leitura é única e com isso o texto se multiplica em outros vários e novos. Cada desdobramento terá como dono aquele que, através da sua percepção, o fez nascer. Isso me parece interessante e até meio mágico. Mas já te disse, às vezes é estranho, visto que sei que é pra mim.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">E ele disse:</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">- Na realidade, não é você que está se expondo ao comentar, justo pra mim, o que achou do meu texto? A diferença é que você não entende de tempos verbais. Você diz me quer. Quando me quer, me tem. Quando me tem, faz o que quer. E quando já fez, já não quer. E eu continuo querendo.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">- Eu sei o que são tempos verbais.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">- Mas não sabe o tempo certo de usar seus verbos pra mim.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<br />
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: xx-small;"><i>Luna, cê é demais.</i></span></span></div>
Marcus Paulohttp://www.blogger.com/profile/01372045913660981552noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7518487322761166222.post-17805477612567808772013-09-26T13:59:00.002-07:002013-09-26T14:04:19.159-07:00De novo: lembrei de você<div style="background-color: white; color: #666c70; font-size: 13px; line-height: 22px;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">"Vai, pode me zoar. Você sabe que não faço a mínima questão de ser mais um cara que prefere meter uma baladinha ao invés de se sentir bem consigo mesmo e admitir uma saudade instantânea. E a sua vantagem é essa: não peço que a gente relembre todos os atos - longe disso, minha sensatez é rara e prefiro nos prevenir disso tudo. Mas eu gosto de te falar quando lembro de ti. Não mata. Fique Feliz, pois eu fico.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #666c70; font-size: 13px; line-height: 22px;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #666c70; font-size: 13px; line-height: 22px;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Não pelo roçar da água na pele. Não pela óbvia nudez. Não por nada do que fizemos embaixo do chuveiro.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #666c70; font-size: 13px; line-height: 22px;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span class="annotation" id="annotationID_9">O que mais me faz lembrar de você, querida, é ficar sem ar</span>. É prender a respiração e enfiar a cabeça embaixo d´água, enquanto o xampu escorre. Contar os segundos sentindo a pele ficar menos e menos escorregadia. Esfregar o cabelo num cafuné rápido, e molhar as paredes, ainda com as vias aéreas fechadas. </span></div>
<div style="background-color: white; color: #666c70; font-size: 13px; line-height: 22px;">
<span class="annotation" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #666c70; font-size: 13px; line-height: 22px;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span class="annotation" id="annotationID_44">O ar é dessas coisas que a gente só lembra que existe quando faltam. Como o dinheiro, a pasta de dente, o nescau e a sua companhia</span>. Ali, com a respiração presa, o gás carbônico querendo sair urgente, dá quase pra sentir o coração acelerar. O corpo quer uma coisa, abrir a boca e sugar oxigênio. O cérebro não deixa, pelo bem de todos. Qualquer criança aprendendo a nadar entende a definição de agonia. São aqueles instantes nos quais, depois de mergulhar, você tenta voltar à superfície, vê a borda da piscina próxima, mas o esforço te faz se sentir ainda longe. Enquanto não consegue tocar algo sólido e puxar o seu corpo pra fora, os pulmões sofrem e o cérebro fica meio confuso.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #666c70; font-size: 13px; line-height: 22px;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #666c70; font-size: 13px; line-height: 22px;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">As mãos aceleram o ritmo para tirar logo o xampu. Preciso de ar. A precisão só me lembra você.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #666c70; font-size: 13px; line-height: 22px;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #666c70; font-size: 13px; line-height: 22px;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Claro, é mais fácil tirar a cabeça debaixo d´água e respirar, mas isso qualquer um faz. Difícil é a intensidade, aguentar a falta e continuar tirando o xampu e a sujeira. Do corpo, do coração, de onde quer que você queira imaginar.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #666c70; font-size: 13px; line-height: 22px;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #666c70; font-size: 13px; line-height: 22px;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Sufocar é sentir uma queimação nos pulmões e o ritmo cardíaco acelerar, pedindo logo a abertura das vias. É o corpo pedir uma reação racional e cerebral a um fenômeno físico. Todas as células – lembre-se, não é metáfora – pedem, naquele instante, uma ação urgente. Porém, sem ar a gente perde a noção do tempo. Como em todas aquelas vezes em que tu perdeu e se atrasou por ter ficado mais que o programado no banho.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #666c70; font-size: 13px; line-height: 22px;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #666c70; font-size: 13px; line-height: 22px;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">É bom saber que você conseguia me livrar de toda a crosta do meu passado. Mesmo que agora você faça parte dele."</span></div>
<div style="background-color: white; color: #666c70; font-size: 13px; line-height: 22px;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #666c70; font-size: 13px; line-height: 22px;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Com adaptações e tudo mais.</span></div>
Marcus Paulohttp://www.blogger.com/profile/01372045913660981552noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7518487322761166222.post-42463524020660779552013-09-17T07:56:00.000-07:002013-09-26T14:05:02.747-07:00Esse conjunto da obra...<div style="background-color: white; line-height: 19px;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">Teu tio carioca da gema que descoloriu os pelos do peito diria: caraca, bicho! </span></div>
<div style="background-color: white; line-height: 19px;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; line-height: 19px;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">A chuva que fez quando resolvi sair mais cedo pra evitar o trânsito me lembrou esse caraca, bicho! Não adiantou nada levantar meia hora antes, deixar minha camiseta toda enfarelada de pão de queijo e queimar a língua no leite requentado. Tentar se precaver contra a natureza é o pior erro que a gente pode cometer. Assim como o medo é pré-córtex, bicho e homem, irmãos no destino de esperar, paciente e afoitos, que a eletricidade vá pra outro lado. Completamente subjugados, humilhados e inúteis.</span></div>
<div style="background-color: white; line-height: 19px;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; line-height: 19px;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">Se o trovão não é deus, nada é.</span></div>
<div style="background-color: white; line-height: 19px;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; line-height: 19px;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">Mas cê quer outra verdade dessa manhã? Acabaram de me perguntar se essa plenitude romântica-literária que eu prezo é tão linear quanto a própria linha do meu pensamento. E não é. Se eu prefiro escrever sobre a gente, não quer dizer que eu só saiba escrever sobre a gente. O que me difere dos outros nomes da literatura nacional é que eu não sou cobrado pra fazer isso. E gosto. Não tenho pauta marcada, não preciso de horas de champanhe em eventos semestrais pra achar uma rebarba editorial que me faça publicar algo que nem sei se comprariam. E que medo de ser comprado mas não ser lido. Há até quem diga que eu deveria publicar um livro, e agradeço, mas não vejo isso como obrigação. Meus parágrafos não são revisados. Assim como nunca visei ou revisei a possibilidade de ser pra você todas regras gramaticais da minha entrega textual.</span></div>
<div style="background-color: white; line-height: 19px;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; line-height: 19px;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">Do que eu gosto, até às paredes confesso: erros grandes e pequenos, piadas internas, fados portugueses, mentirinhas verdadeiras, pornografia (e quem não gosta?), Roma renascentista e gargalhar quando a areia entra no seu boga. Foi mal. </span></div>
<div style="background-color: white; line-height: 19px;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; line-height: 19px;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">Minha obra literária é você, até quando tu não quiser mais ser.</span></div>
Marcus Paulohttp://www.blogger.com/profile/01372045913660981552noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7518487322761166222.post-9484639591547512552013-08-15T17:49:00.000-07:002013-08-15T17:52:47.246-07:00A fala da almaAlguém sempre vivia me dizendo que se o começo não fosse bom, muito dificilmente o resto viria a melhorar. Aliás, nunca havia comentado, mas você é a maior praticante dessa teoria comprovada. Na primeira estrofe de alguma música, na capa do livro, na porta dos restaurantes, em tudo o que eu escrevo, no brilho do sol de manhã. Essa primeira impressão tão presente nos teus gostos me apetece a te dar várias outras chances, pois até quando a própria luz do sol te agrada, apenas a segunda xícara do seu café desce no ponto.<br />
<br />
Eu te dou todas as chances. Mesmo que minimalistas, são várias as chances.<br />
<br />
De te fazer melhor. Mais mulher sem deixar de ser menina. Mais menina sem esquecer de ser mulher. E te falo de perto, de peito aberto, não numa tentativa de vangloriar todas as minhas atitudes que te colocam num degrau acima do meu, mas sim pra te provar que você merece.<br />
<br />
Merece todos os mimos não-compráveis, as surpresas não-imagináveis, os sustos internos que você mesma esquecera que fosse capaz de sentir de novo. Merece o esquentar do chuveiro antes do banho. Merece meu celular sem bateria pra poder carregar o seu. Merece um espaço no carrinho do supermercado reservado pra todas as suas frescuras. Merece minha fonética bem trabalhada na hora de te dizer o que parece certo mas não é. Merece mil vezes o sexo oral que precede toda a malícia do teu bom dia.<br />
<br />
Dada a minha escolha pra vida, busco em você todos os motivos que, cada vez mais, também me fazem te merecer.Marcus Paulohttp://www.blogger.com/profile/01372045913660981552noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7518487322761166222.post-74149381960311200212013-07-01T13:26:00.000-07:002013-07-01T13:26:06.887-07:00O simplório, a química e a covardiaDas coisas que a Samantha faz e tem vergonha de mostrar:<br /><br />"Queria te dizer de mansinho que nunca acreditei nestas tuas epifanias nada amorosas. Que toda essa tua mania de racionalizar coisas não racionalizáveis era muito surrealista, bom demais pra ser verdade. A verdade é que eu também queria acreditar que você pode simplesmente destrinchar o amor à química, mas um sentimento desses não pode ser tão simplório.<br />
<br />
O que eu estou querendo dizer, é que você não pode simplesmente resumir o amor a algumas doses de oxitocina, adrenalina, feniletilamina, dopamina, serotonina e endorfinas. Seria ótimo se o amor fosse assim tão fácil, mas não é. Uma comparação não muito óbvia seria quando você disseca um animal qualquer (não que seja uma prática do senso comum, mas você logo vai entender). Um sapo, por exemplo. Você vai obter informações científicas, fazer alguma descoberta importante, se tiver sorte. Mas você não vai mais ter um sapo. E é isso que eu tento dizer sobre o amor. Você pode fazê-lo virar apenas alguma influência hormonal, e explicar cientificamente o que você esta(va) sentindo, mas é aí que eu te digo: não é mais amor!<br />
<br />
Poderia dizer-te uma porção de coisas para te (com)provar o meu ponto de vista, mas basto-me com esse texto que você nunca vai ler. Não quero enfatizar mais ainda essa impossibilidade que nos divide, e não quero também gritar para o mundo essa sua covardia irrevogável. Contenho-me escrevendo sobre esses meus devaneios, sobre meu descuido quando tento não escrever sobre o meu amor. Escrevendo o quanto você poderia me amar, mas não ama. E que eu não deveria te amar, mas amo. Como se alguém além de mim se importasse, como se alguém além de mim acreditasse nesses absurdos, mas se eu me importo e acredito, é suficiente, não é mesmo? Já me falaram tanto sobre o impacto dessa nossa colisão, mas eu prefiro os meus destroços a esse amor que tu nunca ousaste em sentir."Marcus Paulohttp://www.blogger.com/profile/01372045913660981552noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7518487322761166222.post-87985314050718451562013-06-10T19:57:00.000-07:002013-06-10T19:59:23.560-07:00Quase sem rascunhoNão há departamento mais burocrático que nosso próprio bem-estar. Não há estrada de duas mãos mais engarrafada que alma. Não há calhas mais entupidas de folhas molhadas que nosso coração. Não há despertador mais irritante que nosso senso crítico. Não há cobertor mais curto e que não cobre mais nossas pernas que nosso rancor.<br />
<br />
Não há mais nem o que comparar.<br />
<br />
Você vai ser exatamente aquela pessoa que eu quero encontrar daqui 15 anos e botar na mesa todos os feitos e realizações, não numa tentativa de provar como eu consegui viver sem ti, mas só pra te convencer - assim como já me convenci - de que tudo poderia ter sido melhor... se ainda existisse nós dois.<br />
<br />
As coisas boas e consistentes são raras hoje em dia, meu bem. Mas não há o que se queixar. O dom da adaptação é uma dádiva. Saber lembrar de ti da forma mais saudável possível é divino.Marcus Paulohttp://www.blogger.com/profile/01372045913660981552noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7518487322761166222.post-86288045279796154492013-04-17T17:45:00.005-07:002013-04-17T17:45:59.856-07:00De mim, sobre mim, mas com você no meioSe eu fizesse uma lista e ditasse todas as pessoas para quem prometo coisas e não cumpro, por incrível que pareça, eu mesmo estaria no topo. Na maioria das vezes promessas matutinas. Como essa em que prometi hoje de manhã ficar quieto sobre o assunto que praticamente não resolvemos. E eu sei que deveria ficar quieto, sem questionar coisas que perfuram qualquer aspecto questionável. É isso e pronto, não precisa futricar lá no fundo dos pensamentos e procurar algum conforto, alguma nuvem em forma de travesseiro que vá me fazer ficar calminho-calminho. Mas eu juro, não consigo. Enquanto um lado meu promete que irá esperar (e só esperar), outro lado e vem dizendo que não mereço tamanha agonia. Se sempre botei todas as partes boas que tinha pra você para fora, porque agora fingiria uma certa calmaria?<br /><br />Aí, sei lá, eu vim escrever sobre isso. Mesmo que pareça tão mas tão mas tão mas tão mas tão mais covarde. Mas é que eu ando me sentindo cansado, desgastado, chorando quando não quero e te querendo até quando choro. Choro misturado com vontade acaba desgastando demais a gente. Lasanha de chocolate não dá certo por isso. Choro e vontade também. O sal de cada merda lágrima não consegue manter uma relação saudável com o docinho da vontade. Lasanha é bom, chocolate mais ainda; os dois juntos não dá. Eu tô cansado, minhas costas doem no trabalho. E ainda bem que eu trabalho, tenho algo pra encher minha cabeça durante boa parte do dia. Mas tá frio, o outono anda com cara de inverno e mesmo num país com clima tropical, cada vento que bate forte faz doer meus ossos como se eu estivesse indo assistir uma partida de hóquei no norte do Canadá. Dói demais. O frio não vem sozinho. Tem uma coisa nele que abastece uma sensação mais gelada que nem o próprio vento tem noção do efeito.<br />
<br />
Eu gosto de associar sentimentalismo com questões climáticas. Me deixa, sua implicante do caralho.<br />
<br />
É sério. Ainda bem que eu trabalho. Mesmo que eu precise da internet para trabalhar e em dois segundos posso me distrair olhando qualquer foto sua, qualquer foto que te marcam, qualquer música que nunca associei contigo e agora fazem tanto sentido. Qualquer coisa que antes eram só coisas e que agora são coisas-você.<br />
<br />
Mas já sei, falei tudo e não falei nada. Você vai achar de novo que eu sou meio sofrido demais para quem anda sempre despreocupado com tudo. Aliás, você não vai ser a primeira a achar. Minha mãe também acha. Quando passo dois dias de um final de semana em casa ela já quer saber o que aconteceu, com quem eu briguei, onde meus amigos foram e o motivo de eu não ter ido junto. Não é nada, mãe, mas quem eu queria mesmo ver não vai estar lá, então prefiro ficar.<br />
<br />
E justo você, que sempre foi estímulo para fantasias programadas, viagens em cima da hora, saques em bancos em cidades que eu nem sabia que tinha meu banco e roupas amassadas dentro da minha mochila sem o zíper da frente; justo você, que sempre me fazia sentir na beira de um abismo com o céu no lugar do chão, agora é a principal personagem do texto mais real e baseado na minha própria realidade que já escrevi.Marcus Paulohttp://www.blogger.com/profile/01372045913660981552noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-7518487322761166222.post-61226928503585177822013-03-18T15:37:00.002-07:002013-03-18T15:42:43.295-07:00Gratidão em vida<i>- E como eram os verões em que ela ainda estava aqui?</i><br />
<i><br /></i>
<i>- Eram normais, pois agora é que são diferentes. Tão mórbidos quanto invernos. Gela os ossos, congelada a alma. Só de lembrar que ela esquentava meu corpo e minha mente... e agora? Ventania sobre janelas fechadas. E apesar de tudo ainda me traz paz, sabia? De um jeito bastante indireto que você só entenderia se tivesse vivido tais dias como eu vivi. Gosto quando você quer saber sobre ela. Assim como gosto quando os traços dela são tão evidentes no seu jeito de andar, fazendo-me apaixonar de uma forma tão fraternal que quero te cuidar pra sempre - assim como ela cuidaria. Cada gesto numa investida de orgulho em ver que a tão cobiçada menininha cresceu. Se sentiria mais iluminada ainda ao ver seu caderno de desenhos: cheio de flores, animais e todas aquelas naturebas que ela gostava - e que às vezes até me irritava. Houve um tempo em que discutíamos sobre um jardim onde não havia mais espaço. Sempre soube que a casa ficaria ainda mais florida e ela sempre quis provar pra mim que cada pétala serviria para florir uma vida. Talvez a minha, talvez a dela, talvez a sua, ainda que planejada. E quando o Dr. Cunha, naquela tarde de terça-feira confirmou que você viria, a primeira coisa que ela pensou foi em seu nome. Qual flor ela escolheria para gritar (meio que recitando, com aquela voz de veludo) enquanto você corria descalça com os pés cheios de lama e argila pela casa. Não escolheu Rosa à toa, mesmo sendo a mais comum entre as flores que servem para nomear mulheres lindas, com a força da beleza representada em espinhos que machucam, mas abrem os olhos caso outra flor queira te libertar o sangue. Você é a rosa que ela plantou mas não pôde ver crescer. E entre todos o privilégios improváveis sobre a morte, o que se carrega é a maior prova de vida. A ausência dela me apunhala todas as noites pelas costas... enquanto isso, me abraça pela vontade de querer te ver crescendo, pois a cada dia que continuo em pé é uma forma de confirmar que eu vivo e sempre vou viver por ela.</i><br />
<br />
O pai cobriu a menina e voltou para a cozinha. O amargo do café era só mais um sintoma de saudade.Marcus Paulohttp://www.blogger.com/profile/01372045913660981552noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7518487322761166222.post-13318891707296900222013-02-28T17:08:00.001-08:002013-02-28T17:13:20.621-08:00Em tempo, o tempoQuem tem em pensamento o controle do tempo não sabe o real significado da vida. Quem tem tempo pra nada por estar o tempo todo ocupado: menos ainda. Cronológico, climático, curto ou longo prazo. O tempo, querendo ou não, é a única coisa que nos controla sem fazer realmente nada.<br />
<br />
Você desanima na chuva, mas também reclama do sol forte aos olhos desprotegidos.<br />
<br />
O tempo é o que define coisas já definidas. O sorriso contagiante aflora as cores mais bonitas na primavera. A saudade adormecida renasce ainda mais viva no inverno. Dá vontade de abraçar quem menos sentiríamos apreço... em outros tempos.<br />
<br />
Ele não liga se você anda muito sozinho. Talvez mesmo acompanhado, ainda assim solitário. O tempo também não quer saber se você está atrasado para um reunião importante. Afinal, você não é de açúcar. O tempo pode te curar se banhado de fé. Também te adoece se a vida lhe for muito cômoda. Sem ação e reação. Dizem que nem sempre o tempo resolve, sacia ou ofusca. O tempo não é seu amigo, muito menos seu pior inimigo. Esteja ele pouco se importando ao que nos parece acessível - com muita espera, o que haja tempo.<br />
<br />
Plena é a diferença entre querer controlar as horas e apenas se preocupar. Em certa idade todos dizem que a vida passa rápido. Antes do tempo: discordo. Quem caminha devagar somos nós. Esperando o tempo passar, lentamente, como se nossa visão fosse nada além de lenta. Onde a plateia da vida: os vivos, sensatos, morais e, aceitamos, escravos dos nossos próprios minutos.<br />
<br />
Confortante, ainda há tempo. Muito tempo. A perder, a ganhar, somar, dividir e expandir. Se o tempo é agora, passado e futuro, sejamos sempre, muito mais que antes, confortáveis a cada segundo. No abraço e no orgulho. Ao sol, à lua, ao que mais bons tempos podem oferecer.Marcus Paulohttp://www.blogger.com/profile/01372045913660981552noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7518487322761166222.post-17523896475744266782013-02-06T10:55:00.000-08:002013-02-06T10:55:03.812-08:00Meu tio diria: murro em ponta de faca<br />
Queria que vocês entendessem que quanto mais vocês ficam nessa de "eu não me importo com a sua opinião" a única coisa que fica clara é que se importam sim. Não acho errado se importar. Aliás, muito pelo contrário. O que me deixa mais triste (e talvez te deixa também) é essa falsa tentativa de tentar provar pro mundo que nada pode te prejudicar, mesmo que seja uma maldade barata vinda de alguém que vale menos ainda.<br />
<br />
Sou a favor da auto-estima. Sou a favor de manter a cabeça erguida. Sou a favor de ver gente que eu gosto superando as incomodações. A única diferença - como já disse alguma vez pra alguém nessa vida - é que penso que só é plenamente feliz quem se permite abraçar algum tipo de tristeza... pra depois mandá-la pra puta que pariu.<br />
<br />
Se o(a) ex ter seguido a vida em frente te deixa sem esperanças, se o sucesso profissional do colega te deixa com uma pontinha de inveja momentânea só por causa do salário, se recentemente a quantidades de erros for maior que a de acertos, só existe uma saída: assumir aquilo que um dia eram apenas planos de bondades. Talvez a culpa não seja sua, nem minha, nem do carteiro que te entrega nenhuma cartinha bonita de alguém distante. Talvez a culpa seja só de conjunto de coisas boas que, no fim, simplesmente deram errado.<br />
<br />
Não é preciso se dar por vencido, mas fingir uma vitória quando a própria vida lhe tirou o êxito nem sempre vai te fazer uma pessoa melhor. É pedir pra apanhar demais. Dar a cara a tapa à toa. E vocês sabem disso.<br />
Marcus Paulohttp://www.blogger.com/profile/01372045913660981552noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7518487322761166222.post-30941680914307045172013-02-03T17:35:00.001-08:002013-02-03T17:40:05.502-08:00Mesmo que pareçaTudo o que era pra ser e não é. Tudo o que sempre foi e nunca mais será. Tudo o que antes me enchia e agora transborda de uma forma incontrolável. Tudo o que me lembra você e num efeito contrário ao que tenho vontade: me esqueço. Esqueço de lembrar. Em dias como esse, onde as nuvens teimam em tampar o sol - como quando você teimava que sua camisola preferida estava desbotando, mas que pra mim ainda iluminava todas as satisfações infinitas em seu corpo.<br />
<br />
Mesmo que pareça um parágrafo triste, não é.Marcus Paulohttp://www.blogger.com/profile/01372045913660981552noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7518487322761166222.post-28075450147076339282013-01-07T15:15:00.003-08:002013-01-07T15:17:04.964-08:00Quando a chave encaixa sem você verEu nunca parei pra dizer o que você é. Na maioria das vezes por falta de oportunidade, por excesso de outras nossas-coisas. Eu tomo muito seu tempo fazendo a gente ser a gente. Você toma muito meu tempo me deixando sempre com o olho esquerdo lacrimejando. Quase implorando pra você vir secar bem pertinho. Às vezes de alegria, às vezes de saudade. E quando o vento bate e seca todo o sal da nossa alma parece que a gente tem o dom de voar mesmo sem sair do lugar, pois cada espaço que nos é limitado se torna uma eternidade se o eco da sua risada esquisita pra caralho se propaga por aí. As paredes viram paisagem, o teto se torna um céu sem fim, o chão é um oceano. Profundo, azul marinho e nosso.<br />
<br />
Intransigente é a vida. Ainda mais pra mim - adorador dos adjetivos mais inoperantes quando a tentativa principal é te fazer entender minha visão quando te assisto do sofá chegar da merda do seu trabalho. Linda e descabelada. Nesse mundo onde todo trabalho acaba se tornando uma merda. Mas me queixar das imposições corriqueiras também me deixa evidenciar tudo aquilo que faço porque gosto, quero, te quero. Já que você trouxe a parte boa em dividir sorvete napolitano com sua priminha que só gosta de creme e morango. Com cobertura de caramelo, por favor. Que as sobremesas sobre sua mesa da sala de estar são só metáforas sobre como a vida se torna mais doce se sentidas e cobertas de boas intenções. Sorvete e caramelo.<br />
<br />
(Me desculpe os palavrões. Lendo assim, depois de te escrever, é que percebo que expressões de intensidade cabem e combinam com a gente.)Marcus Paulohttp://www.blogger.com/profile/01372045913660981552noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7518487322761166222.post-90034006693190518612012-12-15T15:05:00.000-08:002012-12-15T15:05:50.382-08:00Aquela sensação que só bate em dezembroUma vez eu tive um sonho muito estranho. Mesmo que sonho por sonho já seja uma coisa estranha, mas esse foi mais ainda: eu havia chegado no colégio e todos meus amigos tinham nome de mês. Maio, Abril, Julho, Setembro, assim por diante. Os doze meses, bem certinho. E, por incrível que pareça, o que eu mais me dava bem era Dezembro. Janeiro - mês do meu aniversário - ficava com ciúmes, mas não era algo que eu pudesse controlar. Dezembro sempre me compreendeu mais, dava os melhores conselhos e quando eu tinha vontade de jogar algumas coisas pro alto era ele quem vinha e mostrava todas as coisas bonitas que aconteceram. Pra que assim eu tivesse forças pra começar tudo de novo. Desde janeiro até hoje, meio de dezembro. E é bem nesse momento que bate aquela sensação gostosa de que o ano foi bom.<br />
<br />
Caralho, como o ano foi bom!<br />
<br />
Desde todas as coisas materiais (mesmo que ainda fúteis) até todas as pessoas novas que entraram em nossas vidas. Até as que já saíram. Principalmente as que ainda vão voltar.<br />
<br />
Naquele sonho eu também havia feito uma tabela pra selecionar as melhores coisas que cada mês havia me oferecido. E dezembro não tinha nada. Ele só me ajudava a mensurar, agradecer e definir as lembranças. Aliás, lembranças essas que nós agora lembramos juntos. Cada detalhe das poucas oportunidades que tivemos de dividirmos a vida, a cama e as piadas um com o outro. Mas tem horas que eu ainda me pergunto quais eram as possibilidades de dar certo - e agradeço por ter dado. Algo que nem você, muito menos eu imaginaríamos: te achar assim, do nada, numa cidade que nunca foi minha e não era mais a sua. Mas que mesmo assim fizemos nela a nossa romaria.<br />
<br />
Aí Dezembro também fez questão de me parabenizar por alguns esforços. Por ter deixado alguns confortos de lado pra fazer alguém feliz na hora de acordar. Mas eu disse pra ele que mais que um compromisso com te ver acordar daquele jeitinho, eu tinha um compromisso comigo. E sempre vou ter: fazer por merecer as coisas que tenho vontade, junto com as pessoas que merecem. Dezembro achou bonito e quis ter sido Novembro. Só pra ter vivido comigo a alegria plena que é fazer carinho na sua barriga, te beijar na frente do espelho, te ajudar a escolher uma roupa porque de-noite-vai-fazer-frio e poder dizer em voz alta que em qualquer circunstância da vida você vai ser uma pessoa linda.<br />
<br />
Mas garanti pra Dezembro que no ano que vem ele estará regado de várias outras sensações como essa. Justo essa sensação que só bate em dezembro. Justo essa sensação que só depende da gente.Marcus Paulohttp://www.blogger.com/profile/01372045913660981552noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7518487322761166222.post-82654678555513957962012-11-30T18:04:00.000-08:002012-11-30T18:15:35.990-08:00Qualquer insensatez de hoje em sempreSabe quando você para pra pensar no sonho de outras pessoas? Aqueles quase impossíveis, tais como virar astronauta, piloto de Fórmula 1, dono de cassino. Tudo isso que as pessoas que hoje são já nasceram precedentes de um contexto que esteja ligado ao sonho. Ou o sonho é continuar o sonho de gerações passadas. Não que eu esteja duvidando da capacidade humana, mas sonhos assim, a longo prazo, se tornam tão vulneráveis quanto a gente se prometendo que hoje, hoje sim vamos dormir cedo. E nunca vamos.<br />
<br />
Já os sonhos a curto prazo, ao menos pra mim, são bem mais válidos. Sonhar com uma viagem de fim de ano e ao menos tempo sonhar com ela durante o ano todo. Sonhos que só são sonhos se outra pessoa pode completar. O casamento, por exemplo, em suma sempre será algo bonito. Mas e se não for com aquela pessoa que você ama o suficiente? Aliás, ainda existem pessoas que casam por conforto? Como se a vida fosse realmente se tornar afável se o colo em questão não é o colo que conforta.<br />
<br />
Eu tenho medo. De verdade. Não pelo que eu possa sentir, mas por tudo aquilo que alguém demonstra sentir por mim. Ainda mais quando só demonstrar não significa transmitir o real sentimento. Tenho medo porque já fui assim. Já disse coisas que não eram verdades. Já ouvi coisas que eram menos verdades ainda. Mas também sei que não é um medo que me impede, que me sufoca ou que me bane de qualquer coisa que possa florir de novo. E essa é a única metáfora que cabe. Que criei há tempos e nunca soube se eu estava certo: a gente planta a semente lá dentro, rega e vê crescer. Talvez ela sustente. Talvez ela nem tenha cor. Talvez ela não pare de florir.<br />
<br />
Mas sabe o que é melhor? Eu sinto. Ainda assim, de longe, eu sinto. E o que sinto não bate e volta como eu achei que aconteceria. Toda essa coisa me abraçou como você me abraçaria. E mesmo quando às vezes a gente se solta, a-coisa-toda não larga do meu corpo. Mas sabe o que é melhor ainda? Ela se agarra em mim em forma do seu cheiro. E é impressionante como eu já sabia como esse texto iria acabar. Só mais outro sonho a curto prazo, mas que sonhei o ano inteiro.Marcus Paulohttp://www.blogger.com/profile/01372045913660981552noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-7518487322761166222.post-70472378988860781542012-11-07T13:53:00.000-08:002012-11-07T19:12:14.139-08:00Da arte pra cáJá aceitei pra mim mesmo que aqui na internet a gente sempre vai criar um mundo um pouco mais surreal do que realmente acontece. E se antes já era assim, com a tv, o cinema e a música, agora é uma soma de tudo isso em um só lugar. Todas aquelas coisas criadas por pessoas reais, mas que são só ficção. Às vezes pode até ser baseado em fatos verdadeiros, mas sempre vai ter um pingo de ilusão.<br />
<br />
Mas aí eu parei pra pensar nas cenas clássicas de filmes, nos refrões que são decorados automaticamente por nós, meros apaixonados por qualquer tipo de arte que nos faça sentir algo além da pele. Parece que criei um esquema que sempre vai enfatizar todas as cenas que os sonhadores almejam tanto em suas vidas e que eu já vivi. Quer um exemplo? Aquela <a href="http://www.youtube.com/watch?v=xzvEn4QX9pw" target="_blank">cena bonitinha</a> do filme chato pra cacete da sua querida Amélie Poulain. Me sinto bem por ter beijado os olhos de alguém antes de conhecer essa história.<br />
<br />
"I remember the time you drove all night just to meet me in the morning." Olha só como essa frase <a href="http://www.youtube.com/watch?v=o5rhhQbyYV0" target="_blank">daquela música</a> que você gosta cabe em mim. Justamente por eu ter viajado, de fato, uma madrugada inteira só pra te ver um pouco antes do almoço. Essa, entre tantas outras coisas suas que servem mais pra mim do que pra você, já que eu fiz questão de tomar o seu melhor pra mim, pra transformar o meu melhor contigo por perto, quando surgissem as oportunidades.<br />
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Mas a questão é que eu só vivi todas essas cenas e letras tão requeridas pra vida real por sempre soube que a nossa realidade nunca poderia ser colocada num papel, numa foto, num roteiro qualquer. Até mesmo quando nossa realidade era algo impossível. Mas tu tá aqui, mostrando pra mim que não. Tu tá aqui passando mais um café ruim-de-amargo que só você faz. Esse café que eu tenho que colocar duas colheres grandes de açúcar pra eu não precisar fazer cara feia. E a cada gole desse café quase frio me vem o conforto de saber que se você fosse qualquer outra pessoa eu não sentiria tanta segurança. Desde a nossa primeira vez, que de cara você deixou eu ser o que mais sei: carinhoso. Acho que você precisa de mim, assim como seu café precisa de açúcar. Assim como talvez eu precise de você.Marcus Paulohttp://www.blogger.com/profile/01372045913660981552noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7518487322761166222.post-11862191798364412992012-10-25T16:26:00.003-07:002012-10-25T16:48:08.819-07:00Por desgosto, porque gostoDesaprendi a decifrar as suas vontades. Desaprendi a comprar seu bolo preferido depois do trabalho. Desaprendi a prender seu cabelo com aquelas canetas azuis que sempre tinham de montes na sua bolsa bonita-porém-falsificada. Desaprendi até a te enganar sobre essas bolsas que nem sempre podiam conter a etiqueta quase platinada. Essas bolsas falsas que você fingia estar satisfeita pois entende que prefiro pagar 5 diárias em um hotel com café da manhã caprichado pra nós dois do que gastar com uma bolsa tiracolo. E quanto menos bolsa tiracolo, mais colo você pedia. Mais colo eu te dava.<br />
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Nós, que sempre fomos um casal independente desse olhar social e estagnado que nos cerca, hoje estamos a mercê de qualquer pessoa que queira nos classificar como um casal cansado do próprio casamento. Mas eu não queria que isso acontecesse. Tanto que fui até a casa dos meus pais e fiz eles contarem toda a história do casamento deles - que, pra mim, são a prova maior de que a junção e as alianças podem ainda dar certo na vida de duas pessoas. Mas eles não quiseram me contar os podres que existem em viver 25 anos comendo a mesma pessoa. E que raiva me dava dessa curiosidade sexual que meus pais têm perante a gente. Deu vontade de falar pra eles que nós fazemos sexo todo dia de manhã. Deu vontade de falar pra eles que eu e você transamos na cama deles várias e várias e várias vezes enquanto eles iam até a padaria comprar mais pãozinho francês. Depois eu e você comíamos pão francês com Fanta sem gás com aquela cara de tanto faz se essa merda parece suco de laranja, o importante é que nós acabamos de transar e eles não sabem. E na cama deles! O pior é que não sei se eles achariam isso um puta desrespeito. Meus pais sempre souberam que minha vontade era casar com você desde que te levei em um domingo de almoço, mas que a comida só ficava pronta depois das 4 da tarde.<br />
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A gente descansa sem for preciso. Não te obriguei a gostar das minhas camisetas desbotadas, não vou te obrigar a ficar comigo pra sempre. Só trate de não esquecer que qualquer coisa que eu faça por nós, mesmo que comece por desgosto, acabo fazendo porque gosto. Tu é e sempre vai ser essa coisa cheirosa e enigmática que carreguei prazerosamente comigo. E tentarei sempre carregar. Se começar a pesar demais em minhas costas, pode deixar que te aviso. Mas acho que não.Marcus Paulohttp://www.blogger.com/profile/01372045913660981552noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7518487322761166222.post-73342763054246055082012-10-21T19:51:00.000-07:002012-10-21T19:51:20.510-07:00É simples, mas deu saudadeLembra quando te mandei aquele cartão postal escrito "quero tomar banho com você"? Achei ele hoje na sua caixa de coisas-velhas-que-são-importantes. Tanto que, pra mim, a caixa é mais importante que as próprias coisas velhas. Lembra também que em todos os nossos banhos você reclamava que o chuveiro pingava gelado a cada sete segundos? E quando o sabão entrou no meu olho e você tentou passar minha dor dando beijos e me secando com a toalha suja de nossa vida? Você lembra?<br /><br />Às vezes eu acho que não deveria ter ido embora. Ou que deveria ter ficado um pouquinho mais, só pra sentir a certeza de que tomar banho contigo nunca vai ser tão bom no seu banheiro de azulejos de cozinha. Onde já se viu, cara, azulejos de cozinha num banheiro? Que sagrado era aquele lugar. Mais bonito ainda era ver sua expressão indignada quando a conta vinha o dobro do que era programado pro mês. Aí a gente resolvia mais esse impasse onde qualquer problema do mundo vai junto pro fundo do ralo: no banho.<div>
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Seu cabelo ainda é gosto de lavar? Você usa o mesmo sabonete rosinha com cheiro de sol nascente? O abre-fecha do seu box ainda faz aquele barulho de porta em filme de terror? A janela virada pro prédio lilás ainda é quebrada e entra vento gelado no inverno? Aliás, quer tomar banho comigo de novo? Prometo que tô voltando.</div>
Marcus Paulohttp://www.blogger.com/profile/01372045913660981552noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7518487322761166222.post-82852836138407685262012-10-14T19:16:00.001-07:002012-10-14T19:31:23.077-07:00A própria buscaPra onde você foi, menina? Tão longe pra longe de mim que só lembrei agora que não me mexi quando te vi sair, mas quis saber o caminho que tu fez caso eu quisesse te buscar mais tarde. Só que você fingiu e foi sem nem falar como, pra onde, se voltaria, se sentia saudade ou se queria que eu buscasse. E me dá um fervor horrível no coração saber que quem eu tanto queria se tornou a pessoa mais indiferente entre todas as pessoas diferentes que já conheci. Será que todas que eu conhecer daqui pra frente também vão se tornar amenas e levianas assim um dia? Será que acontece com todo mundo e todo mundo não se importa como eu me importo? Será que vale a pena eu não criar uma armadilha contra mim mesmo e parar de me enganar sem qualquer esforço pra acordar e não deixar isso acontecer de novo? Ou será que eu tô e sempre estive certo e vocês estão errados por acharem que as pessoas vêm e vão sem mais nem menos?<br />
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Que merda é escrever se questionando se o correto é escrever pra se encontrar. Mas caso tu me encontre, me diga onde é que eu me busco. E te trago junto.Marcus Paulohttp://www.blogger.com/profile/01372045913660981552noreply@blogger.com3