segunda-feira, 10 de junho de 2013

Quase sem rascunho

Não há departamento mais burocrático que nosso próprio bem-estar. Não há estrada de duas mãos mais engarrafada que alma. Não há calhas mais entupidas de folhas molhadas que nosso coração. Não há despertador mais irritante que nosso senso crítico. Não há cobertor mais curto e que não cobre mais nossas pernas que nosso rancor.

Não há mais nem o que comparar.

Você vai ser exatamente aquela pessoa que eu quero encontrar daqui 15 anos e botar na mesa todos os feitos e realizações, não numa tentativa de provar como eu consegui viver sem ti, mas só pra te convencer - assim como já me convenci - de que tudo poderia ter sido melhor... se ainda existisse nós dois.

As coisas boas e consistentes são raras hoje em dia, meu bem. Mas não há o que se queixar. O dom da adaptação é uma dádiva. Saber lembrar de ti da forma mais saudável possível é divino.