domingo, 21 de outubro de 2012

É simples, mas deu saudade

Lembra quando te mandei aquele cartão postal escrito "quero tomar banho com você"? Achei ele hoje na sua caixa de coisas-velhas-que-são-importantes. Tanto que, pra mim, a caixa é mais importante que as próprias coisas velhas. Lembra também que em todos os nossos banhos você reclamava que o chuveiro pingava gelado a cada sete segundos? E quando o sabão entrou no meu olho e você tentou passar minha dor dando beijos e me secando com a toalha suja de nossa vida? Você lembra?

Às vezes eu acho que não deveria ter ido embora. Ou que deveria ter ficado um pouquinho mais, só pra sentir a certeza de que tomar banho contigo nunca vai ser tão bom no seu banheiro de azulejos de cozinha. Onde já se viu, cara, azulejos de cozinha num banheiro? Que sagrado era aquele lugar. Mais bonito ainda era ver sua expressão indignada quando a conta vinha o dobro do que era programado pro mês. Aí a gente resolvia mais esse impasse onde qualquer problema do mundo vai junto pro fundo do ralo: no banho.

Seu cabelo ainda é gosto de lavar? Você usa o mesmo sabonete rosinha com cheiro de sol nascente? O abre-fecha do seu box ainda faz aquele barulho de porta em filme de terror? A janela virada pro prédio lilás ainda é quebrada e entra vento gelado no inverno? Aliás, quer tomar banho comigo de novo? Prometo que tô voltando.

Um comentário:

brenda matos disse...

Volta, Marcus. Banhos assim dão saudade. Falando em banhos, tô permitida citá-los no meu próximos texto?

Beijo, bonito. :*