quarta-feira, 4 de março de 2015

Com amor não se brinca

Sabe, tem alguma coisa no meio dessas noites que te trazem até aqui. Agora que a noite vai viver praticamente ao meu lado, ainda bem que ela tem sempre alguma coisinha que traz até aqui. E mesmo enquanto a noite engole todo o resto do mundo, ela arranja um tempinho pra mim e eu sinto que você me leva pra um passeio, pra colher aquelas flores que eu nunca vou saber o nome. Poderia comprar jujubas, salvar o mundo, me candidatar a ser dono do seu coração. E esse passeio dura um tempão... com algumas pausas pra chegar pertinho do seu rosto e entender que com o amor não se brinca.

Mas quando o sol bate você volta pro seu lugarzinho. E eu fico aqui: te buscando em todos os cantos escuros da casa. Embaixo da cama, dentro do guarda-roupa, gavetas e até atrás das cortinas. Fazendo figas durante o almoço, torcendo pra que você confunda o dia com a noite e apareça também.  E assim, quem sabe, sem mais nem menos, todos os probleminhas que te roem por dentro dessem um tempo pra gente. Porque olha só, eu sei que até eles gostam de te assistir feliz. Eles pagariam pra te assistir feliz, amor.


Quero saber se teu corpo também é viciado no meu. Se tua fala mansa é causa da minha fala mansa. Quero gravar numa pedra alguma coisa sobre toda a minha atenção e o seu lado da cama. Quero ficar preso no teu cabelo solto e te prender com as minhas mãos em sua cintura. Quero te acordar cedinho e pedir pra abrir o jornal: toda manchete vai dizer "ele veio pra ficar".

Nenhum comentário: