quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Em tempo, o tempo

Quem tem em pensamento o controle do tempo não sabe o real significado da vida. Quem tem tempo pra nada por estar o tempo todo ocupado: menos ainda. Cronológico, climático, curto ou longo prazo. O tempo, querendo ou não, é a única coisa que nos controla sem fazer realmente nada.

Você desanima na chuva, mas também reclama do sol forte aos olhos desprotegidos.

O tempo é o que define coisas já definidas. O sorriso contagiante aflora as cores mais bonitas na primavera. A saudade adormecida renasce ainda mais viva no inverno. Dá vontade de abraçar quem menos sentiríamos apreço... em outros tempos.

Ele não liga se você anda muito sozinho. Talvez mesmo acompanhado, ainda assim solitário. O tempo também não quer saber se você está atrasado para um reunião importante. Afinal, você não é de açúcar. O tempo pode te curar se banhado de fé. Também te adoece se a vida lhe for muito cômoda. Sem ação e reação. Dizem que nem sempre o tempo resolve, sacia ou ofusca. O tempo não é seu amigo, muito menos seu pior inimigo. Esteja ele pouco se importando ao que nos parece acessível - com muita espera, o que haja tempo.

Plena é a diferença entre querer controlar as horas e apenas se preocupar. Em certa idade todos dizem que a vida passa rápido. Antes do tempo: discordo. Quem caminha devagar somos nós. Esperando o tempo passar, lentamente, como se nossa visão fosse nada além de lenta. Onde a plateia da vida: os vivos, sensatos, morais e, aceitamos, escravos dos nossos próprios minutos.

Confortante, ainda há tempo. Muito tempo. A perder, a ganhar, somar, dividir e expandir. Se o tempo é agora, passado e futuro, sejamos sempre, muito mais que antes, confortáveis a cada segundo. No abraço e no orgulho. Ao sol, à lua, ao que mais bons tempos podem oferecer.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Meu tio diria: murro em ponta de faca


Queria que vocês entendessem que quanto mais vocês ficam nessa de "eu não me importo com a sua opinião" a única coisa que fica clara é que se importam sim. Não acho errado se importar. Aliás, muito pelo contrário. O que me deixa mais triste (e talvez te deixa também) é essa falsa tentativa de tentar provar pro mundo que nada pode te prejudicar, mesmo que seja uma maldade barata vinda de alguém que vale menos ainda.

Sou a favor da auto-estima. Sou a favor de manter a cabeça erguida. Sou a favor de ver gente que eu gosto superando as incomodações. A única diferença - como já disse alguma vez pra alguém nessa vida - é que penso que só é plenamente feliz quem se permite abraçar algum tipo de tristeza... pra depois mandá-la pra puta que pariu.

Se o(a) ex ter seguido a vida em frente te deixa sem esperanças, se o sucesso profissional do colega te deixa com uma pontinha de inveja momentânea só por causa do salário, se recentemente a quantidades de erros for maior que a de acertos, só existe uma saída: assumir aquilo que um dia eram apenas planos de bondades. Talvez a culpa não seja sua, nem minha, nem do carteiro que te entrega nenhuma cartinha bonita de alguém distante. Talvez a culpa seja só de conjunto de coisas boas que, no fim, simplesmente deram errado.

Não é preciso se dar por vencido, mas fingir uma vitória quando a própria vida lhe tirou o êxito nem sempre vai te fazer uma pessoa melhor. É pedir pra apanhar demais. Dar a cara a tapa à toa. E vocês sabem disso.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Mesmo que pareça

Tudo o que era pra ser e não é. Tudo o que sempre foi e nunca mais será. Tudo o que antes me enchia e agora transborda de uma forma incontrolável. Tudo o que me lembra você e num efeito contrário ao que tenho vontade: me esqueço. Esqueço de lembrar. Em dias como esse, onde as nuvens teimam em tampar o sol - como quando você teimava que sua camisola preferida estava desbotando, mas que pra mim ainda iluminava todas as satisfações infinitas em seu corpo.

Mesmo que pareça um parágrafo triste, não é.