sábado, 15 de dezembro de 2012

Aquela sensação que só bate em dezembro

Uma vez eu tive um sonho muito estranho. Mesmo que sonho por sonho já seja uma coisa estranha, mas esse foi mais ainda: eu havia chegado no colégio e todos meus amigos tinham nome de mês. Maio, Abril, Julho, Setembro, assim por diante. Os doze meses, bem certinho. E, por incrível que pareça, o que eu mais me dava bem era Dezembro. Janeiro - mês do meu aniversário - ficava com ciúmes, mas não era algo que eu pudesse controlar. Dezembro sempre me compreendeu mais, dava os melhores conselhos e quando eu tinha vontade de jogar algumas coisas pro alto era ele quem vinha e mostrava todas as coisas bonitas que aconteceram. Pra que assim eu tivesse forças pra começar tudo de novo. Desde janeiro até hoje, meio de dezembro. E é bem nesse momento que bate aquela sensação gostosa de que o ano foi bom.

Caralho, como o ano foi bom!

Desde todas as coisas materiais (mesmo que ainda fúteis) até todas as pessoas novas que entraram em nossas vidas. Até as que já saíram. Principalmente as que ainda vão voltar.

Naquele sonho eu também havia feito uma tabela pra selecionar as melhores coisas que cada mês havia me oferecido. E dezembro não tinha nada. Ele só me ajudava a mensurar, agradecer e definir as lembranças. Aliás, lembranças essas que nós agora lembramos juntos. Cada detalhe das poucas oportunidades que tivemos de dividirmos a vida, a cama e as piadas um com o outro. Mas tem horas que eu ainda me pergunto quais eram as possibilidades de dar certo - e agradeço por ter dado. Algo que nem você, muito menos eu imaginaríamos: te achar assim, do nada, numa cidade que nunca foi minha e não era mais a sua. Mas que mesmo assim fizemos nela a nossa romaria.

Aí Dezembro também fez questão de me parabenizar por alguns esforços. Por ter deixado alguns confortos de lado pra fazer alguém feliz na hora de acordar. Mas eu disse pra ele que mais que um compromisso com te ver acordar daquele jeitinho, eu tinha um compromisso comigo. E sempre vou ter: fazer por merecer as coisas que tenho vontade, junto com as pessoas que merecem. Dezembro achou bonito e quis ter sido Novembro. Só pra ter vivido comigo a alegria plena que é fazer carinho na sua barriga, te beijar na frente do espelho, te ajudar a escolher uma roupa porque de-noite-vai-fazer-frio e poder dizer em voz alta que em qualquer circunstância da vida você vai ser uma pessoa linda.

Mas garanti pra Dezembro que no ano que vem ele estará regado de várias outras sensações como essa. Justo essa sensação que só bate em dezembro. Justo essa sensação que só depende da gente.

3 comentários:

Mirror, mirror won't you kiss my check? disse...

Nossa, Marcus, que texto mais nostálgico. Senti uma coisa tão boa o lendo. Fora que eu estava lendo enquanto ouvia "Seguir viagem - Engenheiros do Hawaii" e achei que tem meio que a ver.

Marina disse...

Dividir a vida com você é tão bom que eu só espero que se repita logo, que chegue a minha vez de te fazer feliz ao acordar e que a gente continue a nossa romaria, pra no próximo Dezembro você se sentir assim tendo eu feito partezinha disso mais uma vez.

Seu beijo ainda tá no cantinho do quarto, e seu cheiro às vezes vem me lembrar da saudade que eu sinto, e que não vai embora com esse ano.

Yohana Sanfer disse...

Venho torcendo que possamos cobrar menos de dezembro e aproveitar seus cheiros bons. Fazer menos planos pra janeiro em diante e mergulhar mais em sonhos....tô anotando aqui!rs
Bjs moço, vim conhecer teu blog!